quinta-feira, 19 de junho de 2014

Oi, positividade!

Seria terrível da minha parte apenas chegar neste blog e não contar o real motivo de dar o primeiro passo em busca da união de soropositivos do Vale do Paraíba.
E vou direto ao assunto: Eu não tenho HIV. Então porque criar um blog para positivos, visto que a última coisa que um soronegativo quer falar é realmente sobre hiv, retroviral, camisinha, etc etc? PORQUE  eu convivo a um ano diretamente com o Mundo do Hiv.
Tudo começou com o final de um relacionamento de 5 anos, uma união de escovas de dente que acabou indo por água abaixo por probleminhas banais do dia a dia paulistano .  Então com o termino do relacionamento, voltei a morar no interior de São Paulo, no Vale do Paraíba, mais especificamente. Fiquei 6 meses separado do meu ex, mas acabamos voltando porque percebemos que realmente nos amamos. Neste tempo de separação ele foi contaminado e só fomos descobrir meses depois (ele terá a oportunidade de contar todos os detalhes o que aconteceu em posteriores posts).
Quando o resultado dele saiu positivo, eu não tive dúvida: Eu fui infectado, afinal fizemos sexo sem camisinha diversas vezes. Tive todos (T-O-D-O-S) os sintomas do vírus na fase de encubação, ou como também é chamado: infecção aguda. Sete dias de uma febre infernal, uma dor de cabeça, a bendita Cefáleia, dor muscular, Faringite e Candidíase. Eu tinha certeza do laudo final nos exames: Positivo.
Fui até São Paulo, pois seria impossível fazer o exame no interior. Imagina receber o resultado da minha vizinha que é enfermeira no postinho da esquina, ou até mesmo entrar na sala do CTA que fica próxima a fila gigantesca do SUS. Não!
No CTA Santo Amaro fui bem atendido (ninguém conhecido) , pouca fila e lá fui fazer o exame. Da primeira vez tive que tirar quase uma ampola ( Hoje em dia o exame se baseia a um furo no dedo) e esperar os minutos mais intermináveis de minha vida. Obvio, que por mais que eu estivesse passado por todos os sintomas, há sempre um fio de esperança . A mocinha que faz uma avaliação com você, sei lá se é psicologa ou enfermeira, me chamou. Eu entrei na sala. Ela colocou o teste em cima da mesa. Eu voltei no tempo, pensei em toda minha vida. Suei frio e o resultado eu vi: NEGATIVO.
Cai em um choro descomunal, incessável. Ela me perguntou: Vai continuar namorando com um soropositivo? Resposta: Sim!
E hoje, depois de um ano, fazendo exames de 4 em 4 meses, continuamos juntos.Em meio a retrovirais, CD4 e vocabulário próprio da positividade, nos relacionamos muito bem, ou até mesmo melhor que antes, pois agora temos um cuidado surreal um com o outro. Amor sem fronteiras.
Ele também mudou para o interior e percebi o quanto é difícil a acessibilidade do soropositivo na sociedade, até mesmo para entrar na sala cheia de plaquinhas: FIQUE SABENDO! ou para fazer o exame de HIV e conferir CD4. No interior tudo é mais complicado, pois há pessoas conhecidas em todos os cantos. Com quem conversar? Para quem contar? Com que blog interagir se não nenhum entende o que realmente se passa por aqui. Eu, meu namorado e amigos positivos seremos representantes deste blog para conseguirmos a união positiva-curiosa-ou-negativa de interiorano de todos os cantos. Experiência vividas e compartilhadas estarão aqui a sua disposição. Seja bem vindo. Oi, positividade!

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